Motoristas orientados por flanelinhas são multados no centro de Belém
Por Anderson Carlos
Agentes da CTBEL (Companhia de Trânsito de Belém) multaram e guincharam carros que estavam estacionados em cima da Praça Visconde do Rio Branco, no centro da capital do Estado do Pará, no dia 24 de março de 2011.
Para o agente da CTBEL, Brone, diariamente é realizado operações na área e sempre é encontrado veículos estacionados no mesmo local. Ele relatou que o órgão não pode fazer nada em relação aos flanelinhas que estão fazendo da praça um estacionamento particular e que cabe aos motoristas o papel de observar o lugar permitido ou não para estacionar: “Nós não nos dirigimos nem aos passageiros dos veículos, falamos apenas com os motoristas, que, por terem passado pelo processo exigido para adquirirem suas habilitações, espera-se que são conhecedores das regras de transito e, portanto, conhece os locais proibidos para estacionar”.
A operação resultou na multa e guinchamento de veículos estacionados no calçamento da praça que já tem seu piso, composto da junção de pedrinhas, todo danificado devido ao trafego constante de caminhonetes, motos e carros pequenos. O local a muito tempo deixou de ser um ponto turístico agradável à visitação. Ela foi tomada por ambulantes, que além de modificar a paisagem com as barracas, fazem dos muros que a cercam de banheiro público, deixando o cheiro insuportável a quem desejaria parar para uma foto frente aos monumentos do local.
Os flanelinhas da localidade já usufruem de uma “estrutura” composta de guarda-sol, mesas e cadeiras, como uma espécie de guarita para receberem os veículos, guardarem mantimentos e as chaves dos veículos estacionados. Um dos motoristas tentou questionar com o flanelinha que o tinha orientado a estacionar na praça, mas foi totalmente ignorado pelo mesmo o qual, após a reclamação, desapareceu do local deixando alguns motoristas à procura das chaves dos veículos.
A quantidade de flanelinhas nas ruas de Belém do Pará vem aumentando visivelmente e, segundo a minha concepção, vem fazendo florescer um sentimento de rejeição e medo. A necessidade de sempre estacionar e ter que pagar um valor aparentemente insignificante, mas que no final do dia, dependendo da quantidade de locais visitados, se tornará uma quantia razoável, faz você pensar duas vezes em estacionar em um local onde se encontra uma pessoa de camisa amarelada segurando um pedaço de pano na mão.
Além do sentimento de insegurança e medo, imposto pelo receio de ter o carro danificado por um desses “informais” caso você não o “oferte”, outro problema é a demarcação e reservas de espaços públicos pelos flanelinhas, que com cones ou cavaletes, estão controlando as área de estacionar e direcionando apenas para determinados motoristas que pagam por esse serviço. Esse acordo entre flanelinhas e alguns motoristas leva a um tipo de “privatização” do espaço público e de uso coletivo, transformando-os em um negocio lucrativo nas mãos desses oportunistas.
Uma atitude tem que ser tomada rapidamente por parte das autoridades, pois como os motoristas que foram multados na Praça Visconde do Rio Branco (Praça dos Mercês), todos nós, condutores de veículos, estamos reféns do órgão responsável pelo transito e dos flanelinhas. “Se correr o bicho pegas, se ficar o bicho come”. Quem anda pelo centro da cidade de Belém em meios de semanas, sabe que para se achar local, que seja permitido, para estacionar, tem que gastar muito combustível rodando os quarteirões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário